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quinta-feira, 31 de maio de 2007
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Sobre Sitte
Camillo Sitte (1843-1903), arquiteto, pintor, teórico urbano, filho de Franz Sitte, também arquiteto de renome, nasceu e morreu em Viena. Atuou como principal questionador das obras de um dos mais visitados pontos turísticos de sua terra natal: o Ringstrasse. A obra iniciou-se por volta de 1850, com o objetivo de substituir as antigas muralhas da época da ocupação turca. Tais muralhas se tornaram obsoletas com o passar do tempo, e se transformaram em um gigante anel povoado por construções importantes para a cidade de Viena, como o Parlamento, a Prefeitura, a Ópera de Viena, museus, entre outros.
A correspondência do tema com a atualidade é inevitável e surpreendente. O desenho urbano e seu planejamento (Städtebau) é assunto mais que na ordem do dia, já que a cada expansão ou alteração na cidade, surgem novas demandas de requalificação de espaços e reterritorializações.
Estes movimentos foram estudados por Sitte com uma sensibilidade além da observada na época: era o tempo dos longos boulevards ( foto à esquerda a Av. Champs Elysées, em Paris) de Haussmann em Paris, que multiplicavam-se por outros países europeus e também nos Estados Unidos, e da ortogonalidade e sanitarismo muito utilizados por Saturnino de Britto no Brasil.
Ao contrário da maior parte de seus contemporâneos, Sitte acreditava serem os espaços verdadeiros “agrupamentos cheios de peculiaridades”, e seus avanços, recuos, prédios históricos, ou seja, todas as “pré-existências” deveriam ser consideradas, antes de intervir nestes locais.
É por estas e outras razões que seu livro A construção urbana segundo seus princípios artísticos, é na verdade um guia ilustrado do que ele acreditava ser o correto para o planejamento do traçado urbano de Viena. Boa parte de sua pesquisa volta às cidades antigas para entender seu funcionamento, questionar seus vazios, a estátua solitária no centro das praças e suas dimensões, os fluxos de pessoas e veículos, e a relação entre edifícios e monumentos. Ao propor o valor estético aliado à questões funcionais, sempre considerando a arte como princípio norteador, Sitte propõe também um redescobrimento das paisagens urbanas, de Viena, e também de qualquer outra cidade. Um olhar surpreso ao encontrar beleza e “poesias concretas em suas esquinas”.
Apesar de ter sido inspiração para teóricos mais adiante, e de ser considerado atualmente leitura obrigatória para os estudiosos de urbanismo, seus esforços não surtiram efeito sobre a capital austríaca, porém Sitte perfaz uma gama de pesquisas aprofundadas sobre o desenho da cidade, ao contrário do que era pensado na época, como pretendo descrever com mais detalhes na segunda etapa deste ensaio.
Estes movimentos foram estudados por Sitte com uma sensibilidade além da observada na época: era o tempo dos longos boulevards ( foto à esquerda a Av. Champs Elysées, em Paris) de Haussmann em Paris, que multiplicavam-se por outros países europeus e também nos Estados Unidos, e da ortogonalidade e sanitarismo muito utilizados por Saturnino de Britto no Brasil.
Ao contrário da maior parte de seus contemporâneos, Sitte acreditava serem os espaços verdadeiros “agrupamentos cheios de peculiaridades”, e seus avanços, recuos, prédios históricos, ou seja, todas as “pré-existências” deveriam ser consideradas, antes de intervir nestes locais.
É por estas e outras razões que seu livro A construção urbana segundo seus princípios artísticos, é na verdade um guia ilustrado do que ele acreditava ser o correto para o planejamento do traçado urbano de Viena. Boa parte de sua pesquisa volta às cidades antigas para entender seu funcionamento, questionar seus vazios, a estátua solitária no centro das praças e suas dimensões, os fluxos de pessoas e veículos, e a relação entre edifícios e monumentos. Ao propor o valor estético aliado à questões funcionais, sempre considerando a arte como princípio norteador, Sitte propõe também um redescobrimento das paisagens urbanas, de Viena, e também de qualquer outra cidade. Um olhar surpreso ao encontrar beleza e “poesias concretas em suas esquinas”.
Apesar de ter sido inspiração para teóricos mais adiante, e de ser considerado atualmente leitura obrigatória para os estudiosos de urbanismo, seus esforços não surtiram efeito sobre a capital austríaca, porém Sitte perfaz uma gama de pesquisas aprofundadas sobre o desenho da cidade, ao contrário do que era pensado na época, como pretendo descrever com mais detalhes na segunda etapa deste ensaio.
Vista de satélite atual e em planta; Piazza di San Marco, Veneza.
Salsburgo, foto e planta.
domingo, 27 de maio de 2007
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